sábado, 21 de janeiro de 2012

A voz do PAPA. O valor pedagógico da confissão






         No nosso tempo,caracterizado pelo barulho, pela distração e pela solidão, o diálogo do penitente com o confessor  pode representar uma das poucas, se não a única ocasião para ser escutado verdadeiramente,     e em profundidade.
 Desejo meditar convosco sobre um aspecto às vezes  não suficiente considerado, mas  de grande relevância  espiritual e pastoral: o valor pedagógico da confissão sacramental. Se é verdade que é sempre necessário salvaguardar  objetividade dos efeitos do sacramento e a sua correta  celebração, segundo as normas do rito da penitência, não é inoportuno  ponderar sobre quanto ele pode educar na fé, tanto  do ministro como do penitente, segundo o exemplo dos grandes santos  da história, de São João Maria Viannei a São João Bosco,de São Josemaría Escrivá  a São Pio de Pietrelcina, de São José  cafasso  a São Leopoldo  Mandié,  indica-nos a todos  o modo como o confessionário pode ser um lugar real de santificação.
                                                            
                                                                          Contemplar a obra de Deus misericordioso
De que modo o sacramento da penitência educa? Em que sentido a sua celebração tem valor pedagógico, em primeiro  lugar para os ministros?
Poderíamos começar  a partir do reconhecimento de que  a missão sacerdotal constitui um ponto de observação singular e privilegiado do qual  cotidianamente , nos é concedido contemplar o esplendor da misericórdia divina. Quantas vezes, na celebração do sacramento da penitência, o presbítero assiste  a verdadeiros milagres  de conversão que,renovando encontro com um acontecimento , com uma pessoa.
( Deus caritasest,n.1),fortalecem a sua própria fé.No fundo, confessar significa assistir  tantas professiones
      fidei quantos são os penitentes e contemplar a obra de Deus misericordioso  na história, ver concretamente os efeitos salvíficos da cruz e da ressurreição de Cristo, em todos os tempos  e para cada homem.Não raro, somos postos diante de verdadeiros dramas existenciais, que não encontram uma resposta nas palavras dos homens,mas são abraçados e assumidos  pelo Amor divino, que perdoa e transforma: Mesmo que os vossos pecados fossem vermelhos como púrpura, ficariam brancos  como a neve!   ( Is, 1, 18). Conhecer e, modo, visitar o abismo do coração  humano, até nos aspectos mais  obscuros, se por um lado se põe a prova a humanidade e a fé do próprio sacerdote, por outro, alimenta nele a certeza de que a ultima palavra sobre  o mal do homem  e da história é Deus ,é da sua misericórdia, capaz de renovar todas as coisas (cf. Ap 21,15).
                                          
                                                                         profundas lições de humildade e da fé
Depois , quanto pode aprender o sacerdote de penitentes exemplares pela sua vida espiritual, pela  seriedade  com que realizam o exame de consciência, pela transparência no reconhecimento do pecado pessoal e pela docilidade ao ensinamento da Igreja e às indicações do confessor das administração do sacramento da penitência podemos receber profundas lições de humildade e de fé! e uma exortação muito forte para cada sacerdote à consciência da própria identidade.
Só em virtude da  nossa humanidade, não poderíamos ouvir as confissões dos irmãos! Se eles  nos procuram, é somente porque somos presbíteros, configurados com Cristo Sumo e eterno Sacerdote, e tornados capazes de agir no seu nome  e na sua pessoa, tornar realmente presente Deus que perdoa, renova e transforma.A celebração do sacramento da penitência tem um valor pedagógico para o sacerdote, em vista da sua fé da verdade e da pobreza da sua pessoa,e alimenta nele a consciência da identidade sacramental.

                                                            A confissão educa o penitente para a humildade
Qual é o valor pedagógico do sacramento da penitência para os penitentes? Devemos admitir previamente que ele depende, antes de tudo, da obra da graça e dos efeitos objetivos  do   sacramento da  alma do  fiel. Certamente,a reconciliação  sacramental é um dos momentos em que a liberdade pessoal  e a consciência de si são chamadas a manifestar-se de modo  particularmente evidente. Talvez seja também por este motivo que, numa época de relativismo e de uma consciência  consequente atenuada do próprio ser, se debilitou inclusive a prática sacramental.
O exame de consciência tem um importante valor pedagógico: ele educa a considerar com sinceridade a própria existência, a confrotá-la com a verdade do evangelho e a avalia-la com parâmetros não apenas humanos, mas conferidos pela revelação divina. O confronto com o mandamentos, com as Bem - Aventuranças e,principalmente, com o preceito do amor, constitui a primeira grande escola penitencial.
No nosso tempo, caracterizado pelo barulho, e pela distração e pela solidão, o diálogo do penitente com  confessor pode representar uma das poucas, se não a única ocasião para ser escutado verdadeiramente,e em profundidade.Diletos sacerdotes, não deixeis de reservar o espaço oportuno para o exercício do ministério da penitência no confessionário: ser acolhido e escutado constitui inclusive um sinal humano do acolhimento e da bondade de Deus em relação aos seus filhos.Além disso,a confissão integral dos pecados educa o penitente para a humildade, o reconhecimento da sua fragilidade pessoal e, ao mesmo tempo, para a consciência da necessidade do perdão de Deus e a confiança de que  graça divina pode transformar a sua vida. 

                                                            Quantas conversões começaram num 
 confessionário!

Do mesmo modo, a escuta das admoestações e dos conselhos do confessor é importante  para o juízo  sobre os atos, para o caminho espiritual e para a cura interior do penitente.
Não podemos esquecer quantas existências realmente santas começaram num confessionário! O acolhimento da penitência e a escuta das palavras   absolvo-te  dos teus pecados representam,enfim, uma autêntica escola de amor e de esperança que orienta para a plena confiança  em Deus Amor, revelado em Jesus Cristo, para a responsabilidade e o compromisso contínua.
Caros sacerdotes, o fato de sermos nós os primeiros  Experimentar a misericórdia divina e de sermos os seus instrumentos  humilde educa-nos  para uma celebração cada mas fiel do sacramento da penitência e para um profunda  gratidão a Deus, que nos confiou  o ministério a reconciliação (1cor 5,18). À bem - Aventurada virgem Maria , Mater misericordio e Refugium peccatorum, confio os frutos do curso sobre o Foro interno e o ministério de todos os confessores ,enquanto vos abençoo  grande afeto.
                                                  ( Discurso aos participantes no curso  promovido pela Penitenciaria apostólica, 25-3-2011). Arautos do Evangelho.
                                                                                

Nenhum comentário:

Postar um comentário