Só celebraremos e viveremos bem a liturgia se permanecermos em atitude de oração, unindo-nos ao mistério de CRISTO e ao seu diálogo de filho com o pai.
Nestes meses percorremos um caminho à luz da palavra de DEUS,para aprender a rezar de modo cada vez mais autêntico,inspirando-nos em algumas grandes figuras do antigo testamento, nos salmos, nas carta de São Paulo e no Apocalipse, mas sobretudo, considerando a experiência singular e fundamental de JESUS, na sua relação com o pai celestial. Na realidade, só em CRISTO O HOMEM se torna capaz de se unir a DEUS com a profundidade e a intimidade, de um filho em relação a um pai que o ama,só nele nós podemos dirigir-nos em toda a verdade a DEUS, chamando-nos carinhosamente: Abá PAI!
As duas escolas que ensinam a rezar: as escrituras e liturgia
Podemos perguntar-nos: como posso deixar-me formar pelo Espírito Santo e assim tornar-me
capaz de entrar na atmosfera de DEUS , orar com DEUS? Qual é esta escola na qual Ele me ensina a rezar, vem em ajuda da minha dificuldade de me dirigir de modo justo a DEUS? A primeira escola para a oração é a palavra de DEUS, a sagrada escritura.
A Sagrada Escritura é um diálogo permanente entre DEUS e o homem,um diálogo progressivo no qual DEUS se mostra cada vez mais perto, no qual podemos conhecer sempre melhor a sua face, a sua voz e o seu ser, e o homem aprende a aceitar que conhece DEUS, a falar DEUS. Portanto nestas semanas, lendo as
a sagrada escritura, procuramos a aprender como podemos entrar em contato com DEUS a partir da escritura, deste diálogo permanente.
Existe um espaço precioso, mais uma fonte inestimável para crescer na oração, uma nascente de água viva em relação estreitíssima com a precedente. Refiro-me à liturgia, que constitui um âmbito privilegiado no qual
DEUS fala a cada um de nós, aqui e agora, e espera a nossa resposta.
A Liturgia é obra de CRISTO.
O catecismo indica que na tradição cristã ( a palavra liturgia) quer dizer que o povo de DEUS (n. 1069), uma vez que o povo de DEUS como tal só existe por obra de DEUS.Mas podemos perguntar-nos: qual é esta obra de DEUS, na qual somos chamados a participar?
Aparentemente, a reposta que nos oferece a constituição conciliar sobre a sagrada liturgia é dupla. com efeito,no número 5 indica-nos que a obra de DEUS são as suas gestas históricas, que nos trazem a salvação, que culminaram na morte e ressurreição e ressurreição de JESUS CRISTO; mas o número 7, a mesma constituição define precisamente a celebração como obra de CRISTO.
Na realidade, estes dois significados estão inseparavelmente interligados. Se nos perguntar-nos quem salva o mundo e o homem, a única resposta é: JESUS de Nazaré, Senhor e CRISTO, crucificado e ressuscitado. E onde se torna atual para nós, para mim hoje, o mistério da morte e ressurreição de CRISTO, que traz Salvação?
A resposta é: na obra de Cristo através da Igreja, na liturgia, em particular no Sacramento da Eucaristia; que torna presente a oferta sacrifical do filho de DEUS, que nós redimiu; no sacramento da Reconciliação, no qual se passa da morte do pecado para a vida nova; e nos outros atos sacramentais que nos santificam (Presbyterorum ordinis , n.).
Condição para uma boa celebração litúrgica
A primeira exigência para uma boa celebração litúrgica é que seja oração, diálogo com DEUS, antes de tudo escuta e depois reposta. Na sua regra , falando sobre a oração dos salmos, São Bento indica aos monges: mens concordet voci, a mente concorde com a voz , O Santo ensina que na oração dos Salmos as palavras devem preceder a nossa mente.
Geralmente não acontece assim; antes, devemos pensar e depois aquilo que pensamos transforma-se em palavra. Mas na liturgia, contrariamente, é a palavra que precede. DEUS concedeu-nos a palavra e a Sagrada Liturgia,oferece-nos as palavras; nós devemos entrar nas palavras, no seu significado, acolhê-las em nós, em sintonia com estas palavras; é assim que nós tornamos Filhos de DEUS, semelhantes a DEUS.
Como recorda a Sacrosanctum concilium, para garantir a plena eficácia da celebração ´e necessário, porém, que os fiéis celebrem a liturgia com retidão de espírito, unam a sua mente às palavras que pronunciam, cooperem com a graça de DEUS, para não acontecer de a receberem em vão (n.11). Elemento fundamental e primário do diálogo com DEUS na liturgia é a concordância entre o que pronunciamos com os lábios e aquilo que trazemos no coração. Entrando nas palavras da grande história da oração, nós mesmos somos conformados com o espírito destas palavras tornando-nos capazes de falar de DEUS.
Elevemos os nossos corações
Nesta linha, gostaria de referir-me unicamente a um dos momentos que durante a própria Liturgia, nos chama e nos ajuda a encontrar tal concordância, este conformar-nos com o que ouvimos, dizemos e realizamos na celebração da liturgia. Refiro-me ao convite que formula o celebrante antes da prece eucarística: Sursum corda , elevemos os nossos corações, para fora do enredo das nossas preocupações, dos nossos desejos dos nossos desejos, das nossas angustia e da nossa distração: O nosso coração, o íntimo de nós mesmos, deve abrir-se docilmente a palavra de DEUS e recolher-se na oração da IGREJA,
afim de receber sua orientação para DEUS das próprias que ela ouve e pronuncia. O olhar do coração deve dirigir-se ao SENHOR, QUE se encontra no meio de nós: é uma disposição fundamental.
Só celebramos e vivemos bem a liturgia, permanecermos em atitude orante, e não quisermos realizar algo, fazer-nos ver ou agir,mas se orientarmos o nosso coração para DEUS e estivemos em atitude de oração, unindo-nos ao mistério de CRISTO e ao seu dialogo de filho com o Pai. É o próprio DEUS que nos ensina a rezar, afirma São Paulo ( cf 8,26).Foi ele mesmoque nos concedeu as palavras adequadas para nos dirigirmos a Ele, palavras que não encontram no Saltério, nas grandiosas preces da Sagrada liturgia e na própria celebração Eurística.
Oremos ao SENHOR para estarmos cada dia mais conscientes de que a liturgia é obra de DEUS e do homem: oração que brota do espírito Santo e de inteiramente dirigida ao pai , em união com o filho de DEUS que se fez homem ( CF CCE . N 2.564).
(Excertos da Audiência Geral, 26-12-2012). Arautos do Evangelho.
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