sábado, 28 de abril de 2012

A voz do PAPA . A família, primeira escola de oração






   


    
     

     

                                                           
                                                          
                                    




                                                                        
                                                                        
                                        
                                                                             




Se não se aprende  a rezar em família, difícil será depois preencher esse vazio.
Por isso, gostaria de convidar-vos a redescobrir a beleza de orar juntos, na escola da Sagrada família  de Nazaré.


Tendo presente o tema da oração, que  estou desenvolvendo atualmente   nas catequeses, gostaria de convidar-vos  hoje a refletir sobre o modo  como ela faz parte da vida da Sagrada família de Nazaré.  A casa de Nazaré, com efeito e
 uma escola de oração, na qual se aprende a ouvir , e meditar , a penetrar o significado profundo da manifestação do filho de Deus  tomando como exemplo Maria, José e Jesus.
Das narrações evangélicas sobre a infância  de Jesus, podemos  tirar alguns elementos sobre a relação da Sagrada família  com Deus . Podemos partir do episódio da apresentação  de Jesus no templo, São Lucas relata que  Maria e José,  quando chegou o dia fixado  pela lei de Moisés para a purificação, levaram-no  a Jerusalém  para apresentá-lo ao SENHOR  ( L-2, 22). Tal como qualquer família  judaica  cumpridora  da lei, os pais  de Jesus,foram ao templo para consagrar a Deus seu  primogénito  e oferecer  o sacrifício, Animados pela fidelidade às prescrições, partem de Belém rumo a Jerusalém, com Jesus que tem apenas  quarenta dias; em vez de um cordeiro de um ano apresentam a oferta das famílias  simples, ou seja, duas pombas.
A peregrinação da Sagrada família é a peregrinação da fé, da oferenda dos dons, símbolo da oração, e do encontro com o SENHOR,que amaria e José já veem em seu filho JESUS.
                                               
                                                    Maria vive do olhar de Deus
A contemplação  de Cristo tem em Maria o seu modelo inigualável. O rosto do filho pertence-lhe  titulo especial, porque foi em seu seio que ele se formou , tomando ela também um semblante humano.
Ninguém se dedicou á contemplação de  Jesus com tanta assiduidade quanto Maria. O olhar do seu coração concentra-se sobre ele  já no momento da anunciação, quando ela o concebe  por obra do ESPÍRITO SANTO. Nos meses subsequentes,  pouco a pouco a sua presença, até o dia do nascimento quando os seus olhos  podem fixar  com ternura  materna o rosto  do seu filho,enquanto o envolve em faixas e o coloca na manjedoura.
As recordações de Jesus, gravadas na mente e no coração de MARIA, marcaram cada momento de sua existência. Ela vive com os olhos postos em  JESUS e valoriza cada uma das suas palavras. Diz São Lucas: Quanto  MARIA , conservava todas essas coisas e as meditava no seu coração (Lc 2,19).
Assim descreve ele a atitude de MARIA diante do mistério da encarnação, uma atitude que se prolongará por toda a sua existência: conservar as coisas e meditá-las em seu coração.
Lucas é o Evangelista que nos faz conhecer o coração de MARIA, sua fé ( cf.1,45), sua esperança e sua obediência ( cf. 1,38), de modo particular sua interioridade e sua oração ( cf. 1,46-56), sua livre adesão a CRISTO (1,55).E tudo isso procede do dom do ESPÍRITO SANTO, o qual descerá sobre os apóstolos, segundo a promessa de CRISTO ( cf . At 1,8).Esta imagem de MARIA transmitida por Lucas  nos apresenta a Virgem como modelo de cada crente que conserva e confronta as palavras e as ações de JESUS, um confronto que e sempre  um progredir  no conhecimento dele.
Na esteira de beato João Paulo II ( C F Carta apostólica Rosarium Virginis Marioe ), podemos dizer que a recitação do Rosário tem  o seu modelo precisamente em Maria, porque consiste em contemplar os mistérios de Cristo em união espiritual com  a mãe do  do Senhor . A capacidade de  MARIA de viver do olhar de Deus é por assim dizer, contagiosa.
          
                                                         José entregou-se totalmente
                                                      a Maria e a Jesus.
O primeiro  a fazer essa experiência  foi  São José.  Seu humilde e sincero amor à sua prometida e decisão de unir  sua vida à de Maria o atraíram e  introduziram também a ele, que era um homem justo  ( Mt 1,19), numa singular  intimidde com Deus.
 De fato, com Maria e depois , sobretudo, com JESUS , ele inicia uma nova forma de relacionar com Deus,de acolher na própria vida, de entrar  no seu projeto  de salvação, cumprindo a sua vontade. Depois  de ter seguido com confiança  a indicação do Anjo -  Não temas  receber Maria, tua esposa ( Mt1,20 )-   ele A tomou consigo e partilhou  sua vida com ela ;entregou-se  deveras totalmente  a Maria e a Jesus, isto o conduziu à perfeição da resposta à vocação  recebida.
O Evangelho,como sabemos, não conservou palavra  alguma  palavra de José.
A sua presença  é silenciosa, mas fiel constante,laboriosa, Podemos  imaginar  que também ele, como sua esposa e em íntima consonância com ela , tenha vivido  os anos da infância da adolescência de Jesus deleitando-se  por assim dizer , com a sua presença na família. José cumpriu plenamente o seu papel paterno, sob todos  os aspectos. Certamente educou  Jesus na oração com Maria. Ele, em particular tê-Lo á  levado consigo à sinagoga, aos ritos de sábado, assim como a JERUSALÉM, para as grandes festas do povo de Israel.José, segundo a tradição judaica, terá  guiado a oração doméstica quer no dia a dia - de manhã , à noite,nas refeições -nas refeições -, quer nas principais festas religiosas. Assim, no ritmo dos dias  transcorridos em Nazaré, entre a casa simples e a oficina de José, Jesus aprendeu a alternar a oração e trabalho, e a oferecera a Deus também a fadiga  para ganhar o pão necessário  à família.
                         
              O  mistério da existência Cristã está fundada na oração.
Há outro episódio que vê a Sagrada Família de Nazaré reunida numa oração . Aos doze anos, Jesus vai com seus pais ao templo de Jerusalém. Esse episódio insere-se no contexto da peregrinação, como ressalta São Lucas:
Seus pais iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa .Tendo ele atingido doze anos ,fizeram a peregrinação , segundo o costume (2,41-42).
A peregrinação é uma manifestação religiosa que se nutre de oração os ritos  e, ao mesmo tempo, a nutre. Trata-se aqui da peregrinação pascal, e o Evangelista faz -nos observar  que a família de Jesus a realiza todos os anos, para participar nos ritos da cidade Santa . A Família Judaica,como a cristã , reza na intimidade domestica, mas ora igualmente com a comunidade, reconhecendo-se  parte do povo de Deus a caminho. A Páscoa é o centro e o ápice de tudo isso e envolve a dimensão Familiar e a do culto litúrgico e público.
No episódio de Jesus com doze aos são registradas  também as suas primeiras palavras : Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar- me das coisas de meu pai? ( 2,49). Após  três dias de procura , seus pais o encontraram no templo sentado entre os os mestres , enquanto os ouvia e interrogava ( Cf. Lc2,46). Quando lhe perguntaram por que agira assim com seu pai e sua mãe, Ele respondeu que fez  unicamente o que o filho deve fazer, ou seja, permanecer junto ao Pai . Assim , Jesus mostra quem é o verdadeiro Pai onde é sua verdadeira casa, que ele nada fez de estranho , que não foi desobediente.Ele permaneceu no lugar onde deve estar o filho, ou seja, junto ao pai, e frisou quem é seu pai.
 A palavra Pai domina, assim, o tom dessa resposta e faz emergir todo mistério Cristológico. Essa palavra  abre , portanto, o mistério, ela é a chave do mistério de Cristo , que somos filhos no filho.Ao mesmo tempo, Jesus nos ensina a ser filhos, precisamente no gesto de estar com o pai na oração. O mistério Cristológico, o mistério da existência Cristã está intimamente ligado, fundado na oração. Um dia , Jesus ensinará os seus discípulos rezar, dizendo- lhes: quando orardes, dizei Pai.E, naturalmente não digais  apenas com as palavras, mas também com  a vossa existência, aprendei  cada vez mais a dizer com a vossa existência:Pai, e assim  sereis de fato filhos no filho, autênticos Cristão.
                                           
            A sagrada Família é ícone da Igreja doméstica.


Aqui quando Jesus ainda está plenamente inserido na vida da Família de Nazaré, é importante observar a ressonância que pode ter tido nos corações de Maria e de José o fato de ouvir dos lábios do Menino  a  palavra Pai de ouví -Lo revelar sublinhar quem é o pai de ouvir de seus lábios essa palavra na consciência de ser filho único, o qual precisamente por isso quis permanecer  três dias no templo, que é  a casa do Pai.
A partir de então ,podemos imaginar que a   vida  na Sagrada família ficou ainda mais cheia de oração, porque do coração de   Jesus menino, depois adolescente  e jovem, não deixara mais de se difundir e refletir nos corações de Maria e de José esse sentido  profundo da relação com  Deus Pai.
 Esse episódio  mostra-nos a verdade situação, a atmosfera do fato de estar com o Pai . Assim,  Família de Nazaré é o primeiro modelo da Igreja no qual, em torno da presença de Jesus e graças á sua mediação,  todos  vivem a relação filial com Deus Pai, que transforma também as relações interpessoais humanas. Queridos amigos,é em razão desses diversos  aspectos  os quais evoquei  sucintamente à luz do evangelho  que a sagrada Família  é o ícone da Igreja doméstica e deve podem ser a primeira escola de oração. Nelas as crianças, desde a mais tenra idade,podem a perceber o sentido de Deus,graças  ao ensinamento e ao exemplo dos pais: viver numa atmosfera  caracterizada pela presença de Deus.
 Uma educação autenticamente  não pode prescindir da experiência de oração. Se não aprender rezar em Família. depois será difícil conseguir   preencher  esse vazio. Por isso,eu gostaria de convidar-vos   redescobrir a beleza da sagrada Família,na escola da Sagrada Família de Nazaré. E a vos tornardes assim uma só alma,umas verdadeira Família.
                                                                          
                                                                        Escertos da Audiência geral de 28-12-2011 - Tradução        
                                                                             Arautos do Evangelho).